As pessoas andam carimbando suas concepções ignorantes e distorcidas da vida, reinventando um mundo polêmico e imoral, marcado pelo ódio e exclusão.
A gente tem que lutar tanto e pelo visto, uma luta solitária.
A literatura, arte que emancipa, constrói e afaga, não consegue sequer ser compreendida. Tempos difíceis para a esperança.
Na minha opinião educação começa em casa, começa no berço. A família é a primeira instituição socializadora do ser humano , ou seja, tendo uma família bem estruturada e um bom convívio, o indivíduo saberá conviver com os demais, tendo princípios morais sólidos.
“a família é o núcleo natural e fundamental da sociedade”
“Censura
Escolhemos as polêmicas que desejamos enfrentar e esta é uma que me parece valer a pena.
Realmente quando perguntada sobre censura minha opinião será convicta : sou absolutamente contrária a qualquer tipo de impedimento de expressão, independentemente da via.
O que me fez vir aqui e compartilhar essa reflexão foi a incoerência das atitudes socialmente aceitas, ao passo que outras estão sendo metralhadas. E este é o termo : metralhadas.
Recentemente, na peça Dorotéia, na qual a atriz Alexia Dechamps encenava a prostituta de Nelson Rodrigues, foi percebida na platéia, antes mesmo do espetáculo começar, a presença de uma criança.
Pelo bom senso e empatia, a equipe avisou em microfone aberto que ali, naquele espetáculo, haveria cenas de nudismo, que imaginavam não ser apropriadas para faixa etária daquela criança, nem a temática, tampouco a cena.
A mãe, incisivamente respondeu :
— " Sou a responsável legal pelo meu filho e não sairei daqui com ele". Permaneceu.
A quem caberia impedir aquela senhora da sua convicção como mãe, responsável e educadora?
À censura?
Não, pois a indicação é clara nos mais diversos espetáculos e shows do país.
Pais, mães e responsáveis civis e emocionais devem se responsabilizar pelos conteúdos que seus filhos dispõem, inclusive e principalmente, a meu sentir, na Internet e na tevê aberta; onde cenas de violência estão sendo glamourizadas com uma facilidade que me impressiona.
Vamos proibir novelas, textos, teatro e exposições?
Sem dúvida daria menos trabalho que educar crianças para que indivíduos sejam formados gentis, livres e com desenvolvimento "adequado" para o que se entenda por adequado, o que variará com a formação dos pais ou responsáveis.
O artista que foi contratado para fazer uma performance numa galeria não pode ser achincalhado. Ele estava ali para ficar nu.
À mãe que, por alguma razão, achou que seu filho merecia interagir cabe a responsabilidade de seu ato.
E nisso acho que não há controvérsia : não era lugar de criança interagir com quem quer que fosse, sequer de lá estar.
Mas, transformação desse episódio para proibição da exposição é tacanho.
Temos o direito de decidir o que queremos ver, ler e ouvir.
Há uma estranha movimentação contra diversos tipos de ritmo, de festa popular, de manifestação religiosa.
Aos poucos, estamos ficamos desguarnecidos de possibilidades...
Sem nos darmos conta há uma movimentação reacionária e que não nos acrescenta, porque quem educa tem a responsabilidade, inclusive constitucional, de promover o cuidado físico, mental e emocional dos educandos.
A questão é que a educação está sendo terceirizada para escola, para igreja, para lei; quando deveria se fazer presente DENTRO DE CASA. Porque a combinação de valores entre "criador" e "criatura" se estabelece dentro da família, já nas primeiras fases da vida. “
Cláudia Dornelles
beijos e carinho, bell