Fundado em 15jul17, o Uberaba Sport Club, o Colorado do Triângulo, tem como mascote o Zebu, criação do chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira.

Mas tem, sobretudo, tradição e torcida apaixonada. Não é clube de empresário.

Uma de suas glórias é o hino, composto por Rigoleto de Martino para ser a Marcha da Cidade e que recebeu, anos depois, letra Lourival Balduíno do Carmo.

Quem pesquisou esta história foi o Professor Carlos Pedroso. Segundo ele, a letra surgiu de um desafio de seu autor, um barbeiro da Rua Artur Machado apodado Barão por seu estilo refinado de se vestir.

Balduíno, além de referência em sua profissão, era poeta  e músico autodidata. E só não fez mais história nas artes e letras devido ao alcoolismo que o acometeu após 5 anos de casamento e o fez perder, além do patrimônio, a inspiração.

Pedroso conta o diálogo, entre Barão e Rigoleto, que deu origem à peça:

– Ainda vou botar letra de futebol nessa sua marcha de Uberaba – provocou Barão.

– Não acredito, você sabe fazer trovas, mas letra de marcha hinária nunca terá capacidade de compor – rebateu Rigoleto.

Mas Barão cumpriu o prometido e, ao entregar a letra ao compositor, vaticinou:

– Daqui pra frente, sua Marcha de Uberaba, vai ser mais conhecida como o Hino do Uberaba Sport!

O barbeiro estava certo. Tanto que a obra virou lenda. Uberabenses mais velhos contam que, no início dos 60, Flamengo e São Paulo enviaram emissários à Princesa do Sertão para comprar o hino. Sem sucesso!

Melhor assim. Embora, Rio e São Paulo façam parte deste grande sertão que é o Brasil, de princesas, não têm nada. Não merecem, pois, um hino tão bonito.