Debates políticos deveriam ser eventos para a exposição e comparação de ideias, planos de governo e propostas para solução de problemas.
Afinal é um momento importante para ajudar a população a decidir quem irá influenciar o destino de suas cidades, estados, países.
Mas hoje são tudo menos isso.
Os debates acabaram se tornando uma extensão tête-à-tête e ao vivo da batalha sangrenta que acontece na internet.
Ofensas pessoais, injúrias, fake news, teorias da conspiração, gritos, teatro.
Tudo temperado com constante desrespeito as regras do jogo.
A direita, como sempre, é o carro chefe do baixo nível, já que basicamente existe e se mantém na base da desinformação digital.
Não sei por que as redes de notícia insistem em promover esses jogos de RPG de carne e osso.
Poderiam criar formatos que priorizassem a exposição de planos de governo e a comparação de ideias.
Como a maioria dos candidatos não tem tais itens no menu, isso seria bastante útil para desmascarar incompententes e falastrões.
Isso nos faz desconfiar que a mídia quer o MMA político.
É potencialmente mais atraente a uma população ignorante, que não está realmente interessada em ouvir ideias, e quer mais ver o pau comer.
Entretenimento.
O que nos leva à conclusão, meio óbvia, que a imprensa é parte do problema.
É bom lembrar que, em sua busca desesperada por sobrevivência, acabaram amplificando a voz de aberrações como Trump e Bolsonaro, seres que nunca deveriam ter deixado as trevas de suas cavernas.