Às vezes a sensação que tenho é de que ando em círculo e nada se constrói. Nada se transforma. É como se eu passasse tempo demais remendando os imprevistos e deixasse para depois tudo o que me importa. As prioridades vão ficando de escanteio e a rotina chega sufocando. Quando paro para pensar os dias passam e não dei conta de fazer uma bobagem que fosse por mim. Cumpri prazos, metas, abracei causas e fiz um pedaço de mundo girar, mas ainda soa como obrigação. Soa como roteiro que a vida me faz engolir forçada goela abaixo. Já me achei egoísta demais por querer fazer tudo ao meu modo. Por sair desse piloto automático e estabelecer limites, impor condições, filtrar o que faz bem daquilo que só me deixa inquieta. Faço um esforço danado para enxergar além do problema, para encontrar maneiras de sorrir quando as lágrimas teimam em cair e talvez por isso eu esteja tão intolerante com resmungos e atos mesquinhos de quem dosa a atenção e não se permite enxergar além do próprio umbigo.