Poema lindo!

Amar: Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.

Mario Quintana

DEFICIÊNCIA

Deficiências

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

Mário Quintana

PROCURANDO HUMANOS

Desperadamente procuro,
Desatinadamente preciso,
de seres comuns,
animais humanos;
falíveis,
divíziveis,
incríveis,
insanos.
Conheçam a derrota,
Beijaram a lona,
Foram á nocaute,
Se apagaram,
total blecaute.

Basta de poderosos,
Semideuses, zênites,
Senhores feudais,
Falsos animais,
Figuras perfeitas,
Sem pontas, arestas,
Em cuja vida,
Só se contam as festas,
conquistas,
perfeições,
artistas,
Sem feições,
Incolores,
Indolores,
Inodoros,
Sem...

Quero o igual,
Os pares,
O mel,
Sal,
Doce tempêro,
pecado, zêlo,
Mares,
Desertos,
Incertos,
Que não tenha vergonha,
De perder o trem
da história,
Dançar na linha
do arco-irís,
Sorrir sem certeza;
Verter lagrímas,
Sangue,
suor,
Não apenas esperma!
Viram a mesa,
Sem pressa;
Atrazam,
adiam,
deixam de fazer
o dever de rua,
de casa,
de ler
as notícias,
Ir ás missas...

Preciso encontrar agora,
simplesmente, apenas,
Um sem nome, um fulano,
Onde mora,
Por Deus!
Só um ser humano?














Gustavo Drummond

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LÁGRIMAS

Vago sozinha
na noite vazia
o sonho termina
no palco da vida
com esperança
perdida.

Lágrimas de orvalho
nos olhos da noite.
Soluços do vento
na madrugada fria.
A noite chora
suave, comigo.
(Graciela da Cunha)