O CIÚME É A MORDAÇA DO AMOR
Há quem considere o ciúme uma prova de amor. Esse é um equívoco de monstruosas dimensões. Mesmo a insegurança tímida que todos nós estamos propensos a sentir, o medo de perder algo, isso não diz respeito a amor, mas a uma relação conflituosa consigo mesmo. A própria ideia de perder está amarrada à ideia de ganhar. E o que ganhamos? O que perdemos? Coisas, não pessoas. Pessoas não pertencem a ninguém. Elas existem, são autônomas e escolhem. Ganhar e perder têm a ver com jogos, com competições, não com amor.
Se por um lado definir amor é algo perigos
Se por um lado definir amor é algo perigoso, é possível ao menos refletir sobre como ele se manifesta. Gosto, prazer, afeição, admiração, respeito, vontade de estar perto, de estar ao lado, de ajudar, de ser conhecido e conhecer. É troca, encontro e reconhecimento. Não há amor que destrua, que desmereça, que agrida. A questão é que o amor nunca está só, ele vem acompanhado de muitos outros sentimentos, e no meio desse coquetel de emoções podem haver aquelas que são destrutivas. Só não vale dizer que foi por amor... Quando as relações tomam um rumo destrutivo, houve uma guerra de afetos na qual o amor foi vencido.