Desde criança me fascinam os vagalumes... nas noites escuras lá no sítio do meu avô eu passava horas correndo atrás deles, prá mim eram seres mágicos, encantados, fantasiava e acreditava que eram fadinhas brincando.

Meus olhos deslumbrados brilhavam com a alegria do meu coração.

Mas um dia eu consegui pegar um nas minhas mãos..eu não podia acreditar, e com decepção vi que era somente um inseto brilhoso. Fiquei um bom tempo olhando, abri as mãos e o deixei voar. Ele não era a fada como pensei, era um inseto.

Acho que o mesmo acontece com algumas pessoas que “ idealizamos”

De longe parecem radiantes, perfeitas, mas quando enxergamos com a alma e não com olhos fantasiosos descobrimos seus desencantos. Gostamos de idealizar pessoas, fazê-las ser ou se adequar ao que sonhamos.

De longe, e idealizando, parecem perfeitas...bem de perto descobrimos seus desencantos. Porque é de perto que conhecemos os detalhes, os defeitos... somente de perto sabemos quem é quem...e algumas pessoas nos fazem perder a magia.

 A pessoa continua a brilhar, a ser ela mesma, mas nos desencantamos...falha nossa por idealizarmos, por fantasiarmos comportamentos que nunca existiram.

O  vaga-lume continua voando belamente pela noite a iluminar. Ele ainda tem suas qualidades e encantamento, permanece o mesmo, o que muda é que descobrimos  como ele realmente é agora.

Nossos olhos não devem perder o apreço pelas pessoas que estão próximas. Elas permanecem ali, iluminando nossas vidas... o que realmente devemos é deixar de idealizar e fantasiar comportamentos nas pessoas...devemos aprender a enxergar o outro e não idealizar o outro.

beijos e carinho, bell

Divagando sobre inconstâncias... nossas metamorfoses ambulantes,

(Texto baseado em Raul Seixas e Allan Dias Castro)

Quantas vezes você já morreu nessa mesma vida?

Tem algumas pessoas que a gente conhece, tem alguns lugares que a gente vai, e até coisas que acontecem que tem esse poder, essa força de extrair uma nova versão  da gente mesmo.

Sabe, é quase como se depois  que isso acontecesse fosse impossível  que a gente continuasse sendo a mesma pessoa.

Já conheceu alguém assim, já passou por isso?

E depois que eu comecei a entender a mudança como algo bom, inclusive como algo necessário pra que eu conseguisse manter a minha essência , a minha pergunta mudou , passou a ser:  quantas vezes eu consigo nascer de novo nessa mesma vida?

Sabe aquele sentimento de  pô nasci de novo? “ hoje eu nasci de novo”

Por muito temo me preocupei com minhas inconstâncias, minhas mudanças, pensava que não poderia ser normal (?) mudar tanto...metamorfose ambulante! Quando saquei que o encantado estava em mudar, renovar, renascer, em acordar em um novo dia e ter oportunidades de mudar, reciclar sentimentos, reciclar a vida..

disse Raul Seixas:

“Prefiro ser essa metamorfose ambulante, Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

 “ Poema Zé Ninguém  de Allan Dias Castro

“ eu resolvi fazer uma segunda parte, dar continuação pra essa historia,

E se essa é a versão definitiva tanto do poema, quanto minha, eu não sei dizer

Não tenho como dizer porque

Eu já mudei de ideia, já mudei de endereço

E quase que eu enlouqueço só tentando ser normal

E eu já quis mudar as coisas, mas estava me enganando,

Porque estava só reclamando e agindo sempre igual

E já faz um tempo  que eu larguei tudo e virei poeta,

E a grande descoberta foi ser o que eu sempre quis

E tentando ser eu mesmo, mesmo sempre mudando

Pra quem nasceu chorando, até que eu to feliz

É que pra mim não faz diferença ser alguém na vida

Eu continuo preferindo fazer a diferença na vida de alguém “

sou dessas pessoas que se questionam o tempo todo,

que muda o tempo todo, só não mudo minha essência, ah! essa me encanta, alegra... amo ser como sou, mesmo sendo complicadinha, enrolada, exagerada e maluca

beijos e carinho, bell

"Eu só preciso estar em paz.

Quanto à estar certa, eu deixo pra quem faz questão.

Passei a vida toda buscando respostas, e o óbvio estava na minha frente e eu não via, o correto é mudar as perguntas.

 Tantas coisas não entendo e não sei, e a obsessão de respostas me torturavam, mudei o foco e comecei a questionar as perguntas...

É tão necessário se saber tudo?

das coisas que ainda não sei:

Por que me sinto poderosa com um salto agulha?

Abrir um vinho sem quebrar a rolha e ela cair dentro, estragando o sabor

Passar rímel sem borrar ao redor dos olhos;

Passar batido por um desaforo

Sentir calafrios na cadeira do dentista

Qual é a Maiara e qual é a Maraisa... o Tonico e o Tinoco, Chitão e Xororó, o Rio Negro e o Solimões

Que fim levou os Menudos

Abrir uma latinha de vick vaporub

Deixar cair e contar as gotas de remédios conta gotas de vidro

 Cantar sem desafinar

Desfazer os nós que deixei por aí

Deixar de me encantar com o que acho belo e gostoso

Fazer de conta que sei, e me embananar para mostrar

Fazer contas de cabeça, fazer de conta que sei, fazer conta de bobagens

Fazer selfie em um amanhecer tão lindo de doer

Não sei se é melhor esperar abaixar os ânimos ou dizer tudo na lata;

Se é mais fácil assobiar do que chupar cana

Não sei engolir sapos, imagina engolir cobras e lagartos

Quem roubou minha esperança

Como afugentar uma mágoa sem deixar marcas

Não surtar diante de uma adversidade

Apagar o fogo de uma paixão, sem, contudo, deixar o desejo ir embora

Escrever poemas para o vento, aliás não sei nem fazer versos banais

Acordar tarde

Não ficar bicuda diante de pessoas de péssimo humor

 Tomar sorvete sem me sujar.

Comer sonhos sem lamber os dedos

Deixar de sonhar os sonhos mais lindos e crer Neles

Tantas coisas eu não sei e hoje já não me torturo por não saber

Tantas coisas eu não sei, mas tento aprender.. só quero que o Sr. Tempo, com calma e clareza, me permita  entender..

Beijos e carinho, Bell

https://www.youtube.com/watch?v=g20qP4ui-Zg 

“Daquilo que eu sei

Nem tudo me deu clareza

Nem tudo foi permitido

Nem tudo me deu certeza...

Daquilo que eu sei

Nem tudo foi proibido

Nem tudo me foi possível

Nem tudo foi concebido...”